museu de arte do rio – crônicas cariocas

O Museu de Arte do Rio (MAR) estreiou no dia 25 de setembro de 2021 sua maior mostra do ano. Chamada de “Crônicas Cariocas”, a exposição foi pensada para escutar e discutir o Rio de Janeiro que não está nos livros, mas que figura no imaginário coletivo daqueles que vivem e respiram a cidade em toda sua complexidade. A montagem dá vida às histórias cotidianas; relações com a vizinhança; festas; encontros dos ônibus lotados e calçadas. Por trás daquilo que é exportado ao mundo, propõe-se narrar o Rio que se embeleza e finge não ver os subúrbios, com toda sua diversidade.

A identidade visual criada pela Voltz junto ao diretor de Arte e responsável pela expografia Valdy Lopes, partiu de uma padronagem desenvolvida, tendo como referência os grafismos estampados nos passeios e calçadões. Foi usado também como inspiração recursos gráficos que vieram das embalagens de pão e saquinhos de pipoca, tão presentes em nossas vidas e nosso cotidiano.

A exposição com cerca de 110 artistas, onde podemos destacar Sônia Gomes, Lucia Laguna, Rosana Paulino, Brígida Baltar, Denilson Baniwa, Alexandre Vogler, Bispo do Rosário, Laerte e Bastardo. Nomes contemporâneos, a exemplo de Guignard, Di Cavalcanti, Lasar Segall e Mestre Didi, também compõem a coletiva. Além de Amanda Bonan, assinam a curadoria o curador-chefe do museu, Marcelo Campos, o historiador Luiz Antônio Simas e a escritora Conceição Evaristo.

Ao todo, quase 600 obras de arte — nos mais diversos suportes, como vídeos, objetos, instalações, fotografias e pinturas — vão ocupar três galerias do museu, cuja arrumação confere ares labirínticos ao local. Cada pedaço de parede revela momentos do Rio. Do orgulho negro as noites eróticas. Desse total de peças, 79 já faziam parte do acervo museológico do MAR. Visando incentivar a produção artística e fortalecer o papel social do museu, a exposição também vai contar com obras comissionadas, criadas especificamente para a mostra.

Já no início da exposição o visitante será surpreendido por uma parede revestida com saquinhos de pão silkados com letras e estampas e por um burburinho vindo do túnel que dá acesso às galerias. Trata-se do áudio de uma conversa entre Luiz Antônio Simas, Conceição Evaristo e a cantora Teresa Cristina. Ao fim da passagem, na chegada ao primeiro espaço expositivo, uma televisão exibe o vídeo do bate-papo. A ideia é brincar e fazer referência às conversas de janela entre vizinhos, que em razão da pandemia de covid-19 passaram a acontecer virtualmente.

Mais informações em www.museudeartedorio.org.br


Categoria: Editorial, Evento, Exposição, Identidade Visual, Museus, Sinalização em 24/09/2021    


 

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