colisão de colibris – poesias inacabadas
O produtor e realizador de projetos audiovisuais Marcelo Braga Freitas define “Colisão de Colibris”, livro que lança na manhã deste sábado, na Casa da Floresta, como “uma reunião de poesias curtas e inacabadas, escritas desde o final dos anos 1970″. Algumas delas, prossegue, “sobreviveram” por tanto tempo por terem participado de um concurso na cidade de Belo Horizonte, em 1981. A este grupo, somaram-se outras, totalizando 65 “ideias de poesias conjugadas que, por algum motivo, recentemente voltaram a fazer sentido para mim”. “Mesmo que inacabadas ou em ruínas, decidi publicá-las e assim nos livrar, as poesias e eu”, explana, poeticamente.
Chancelado pela editora Gaia Cultural – cultura e meio ambiente, o livro é composto por três momentos: “Cadverde” (o caderno verde no qual o autor anotava seus versos), “81/81” (seleção de poemas enviados a um concurso de poesia naquela época) e “De lugares híbridos. “Na formatação do livro, apesar dos três momentos, somados à introdução, que formam a sua estrutura, quis proporcionar ao leitor uma experiência poética, pelo percurso do livro, como um todo indivisível”, explica Marcelo. ”Editei os poemas procurando relações existentes entre eles, mesmo que tenham sido construídos e construídas na interseção entre tempos diferentes. Sim, as poesias têm o seu sentido independente, mas formam também um corpo, como representação desse todo indivisível, ora harmônico ora em rota de colisão com o tempo presente”, prossegue ele.
O formato que o livro acaba assumindo nesse processo, emenda Marcelo, resulta na construção poética mais recente que produziu, na qual a participação do design gráfico, desenvolvido por Alessandra Soares e o Cláudio Santos, ambos da Voltz, torne-se, como ele salienta, fundamental para o resultado do trabalho. “Esta é a essência do livro, onde a sensação de ‘poesias inacabadas’, proposta no título, é revelada durante o processo de leitura. O que, para mim, aproxima a experiência do fazer poesia com a de ler poesia”. Texto da matéria do Jornal o tempo
Esse vídeo foi exibido durante o lançamento do livro.
Edição: Cláudio Santos Rodrigues
Imagens: Marcelo Braga
Trilha Sonora: OsciLLoid
MAP: Acervo e seus desdobramentos gráficos
O Museu de Arte da Pampulha (MAP) realizou, de 6 a 23 de junho, a ação “Museu de Arte da Pampulha: acervo e seus desdobramentos”, que propõe diálogos e reflexões sobre o acervo gráfico da unidade museal. O conjunto de atividades foi composto por um ciclo de palestras on-line com artistas, um ciclo de estudos com especialistas e um encontro de produção de materiais gráficos. A ação foi concebida como desdobramento da exposição “Gráficografia”, que levou parte do acervo do MAP e obras de artistas convidados para o Museu Histórico Abílio Barreto entre dezembro de 2020 e janeiro de 2022.
A segunda atividade, intitulada “Museu de Arte da Pampulha: acervo e seus desdobramentos gráficos”, possui o objetivo de reunir um grupo de profissionais convidados e especialistas sobre o acervo do MAP para dois encontros on-line e dois presenciais. Estudantes e profissionais de artes gráficas, mediação, educação e arte tiveram o primeiro encontro deste ciclo formativo com o curador Marconi Drummond, em 13/6 (segunda-feira). O diálogo com o artista visual Flávio Vignoli foi no dia 20/6 (terça-feira). Nos dois encontros, que foram on-line, estiveram presentes os educadores do projeto Pampulha Território Museus que atuam no Museu de Arte da Pampulha.
Esse mesmo grupo, que participou do ciclo formativo que tem como foco o acervo gráfico do museu, produziu experimentos gráficos durante dois encontros presenciais no ateliê do coletivo 62 Pontos, em 21/6 (terça-feira) e 23/6 (quinta-feira). “Museu de Arte da Pampulha: acervo e seus desdobramentos” é uma ação que integra o projeto Pampulha Território Museus. Mais informações no site pampulhaterritoriomuseus.com.br.
Pampulha Território Museus
O “Pampulha Território Museus” é uma iniciativa da Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e da Fundação Municipal de Cultura, e do Instituto Periférico que integrou as três unidades museais que compõem a orla da Lagoa da Pampulha: o Museu de Arte da Pampulha – MAP e a Casa do Baile, reconhecidos pela Unesco como Patrimônio Cultural da Humanidade, e o Museu Casa Kubitschek. O projeto trouxe em sua agenda uma série de atividades voltadas para a valorização da arte, do design, da arquitetura, do urbanismo e do paisagismo cultural. Ao longo dos 12 meses do projeto, foram realizadas 3 exposições, diversas atividades culturais, educativas, projetos de design, vídeos e publicações.
A Voltz foi responsável pela projeção em uma empena num prédio na Região Centro-Sul de BH. Foi exibida a animação na noite do dia 11 de dezembro de 2021, com imagens históricas, de acervo dos museus e fotos de Marcel Gautherot combinadas com cartelas institucionais e informativas sobre o projeto PTM. Assista o vídeo da empena >>
A Voltz junto com o coletivo M2D produziu tótens para os equipamentos museais: Museu de Arte da Pampulha – MAP, Casa do Baile e Museu Casa Kubitschek. Foram criados conceitos estruturantes baseados nas funções originais de cada museu e em uma expansão poética dessas funções. Assim, temos um binômio de verbos para cada tótem.
Museu Casa Kubitschek: Morar/Viver
Casa do Baile: Dançar/Deslocar
Museu de Arte da Pampulha: Jogar/Narrar
Desenvolvemos também a identidade visual, sinalização e conteúdo dinâmico da Exposição “Outras Habitabilidades“, com a coordenação do Instituto Periférico, junto com o curador Marconi Drummond e a equipe da Micrópolis. O diálogo da casa modernista com outros modos de morar, arquiteturas e expressões artísticas diversas constituíram a essência da exposição.
Projetada nos anos de 1940 por Oscar Niemeyer para Juscelino Kubitschek, então prefeito de Belo Horizonte, a casa recebeu a mostra que articulou obras contemporâneas, arte indígena e objetos de design com os móveis originais dos anos de 1950, que pertenceram a Juracy Guerra, antiga proprietária da casa. A exposição também apresentou os contextos históricos, culturais e políticos que caracterizam o território da Pampulha.
Assista os vídeos das outras exposições:
“Gráficografia” – interlocução entre as artes visuais e o design está presente a partir de linguagens e manifestações gráficas contemporâneas. O vídeo destaca os índices gráficos presentes no acervo do Museu de Arte da Pampulha, ponto de partida para o eixo curatorial da exposição. Com o fechamento do edifício-sede do Museu de Arte da Pampulha para restauração, o Museu Histórico Abílio Barreto acolheu parte do acervo e incorporou obras de artistas convidados.
“Marcel Gautherot – registros modernos da invenção da Pampulha: depois e além”, sobre a obra do fotógrafo francobrasileiro. Os visitantes podem também visitar a mostra presencialmente, até 3 de julho de 2022, na Casa do Baile – Centro de Referência de Arquitetura, Urbanismo e Design.
“Lab Design” foi o processo e o resultado da produção de oito designers e dois coletivos de Belo Horizonte que se reúniram sobre a curadoria de Flávio Vignoli para o desenvolvimento de protótipos de produtos de design, tecendo relações entre a Pampulha e a capital mineira.
O Catálogo foi lançado no dia 02/07/22, com design de Marconi Drummond e registra as três exposições realizadas pelo projeto Pampulha Território Museus:“Marcel Gautherot – registros modernos da invenção da Pampulha: depois e além”, “Outras Habitabilidades” e “Gráficografia”. Ficou também registrada nossa participação na Roda de Conversa “Poligráficofonia”. Acesse aqui o catálogo e todas as publicações desenvolvidas.
Quer saber mais? Acesse pampulhaterritoriomuseus.com.br.
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Exposição Órbita / Orbitas em diálogo
As muitas constelações formadas pelo trabalho gráfico-visual dos irmãos Marconi Drummond, artista visual e curador independente, e Marcelo Drummond, artista gráfico e professor da Escola de Belas Artes/UFMG, se entrelaçam na mostra inédita Órbita. A exposição ocupou a Galeria Genesco Murta a partir do dia 9 de abril até 5 de junho de 2022, propondo uma imersão na produção artística da dupla, edificada ao longo de trinta anos de atividade e carreira. O projeto expográfico, concebido pela arquiteta Ivie C. Zappelline, propõe diálogos, confluências e intercessões entre as obras autorais dos dois criadores em diálogo com os outros vinte e cinco artistas convidados. No centro do projeto de pesquisa dos dois criadores posiciona-se a arte e a cultura, onde gravitam, em trajetórias e movimentos circulares, o design gráfico, a curadoria, a pesquisa, as artes visuais e os projetos autorais.
A roda de conversa “Órbitas em diálogo” integra programação paralela à exposição “Órbita”, em curso na Galeria Genesco Murta no Palácio das Artes, até o dia 5 de junho de 2022. A mostra propõe uma imersão na produção gráfico-visual dos irmãos Marconi e Marcelo Drummond, edificada ao longo de trinta anos de atividade e apresenta inúmeras constelações onde gravitam o design gráfico, a curadoria, a pesquisa, a literatura, as artes visuais e os projetos autorais. A exposição conta ainda com obras de artistas que possuem lastros de criação e processos integrados à trajetória da dupla. Foram essas manifestações constelares que subsidiaram a roda de conversa, potencializada com a participação dos professores e pesquisadores Sabrina Sedlmayer [Faculdade de Letras / UFMG] e Cláudio Santos [Escola de Design / UEMG] e da arquiteta Ivie C. Zappellini, que assina a expografia da mostra.
Cláudio Santos desenvolveu um infográfico baseado na lógica de um glossário orbital, aonde destaca os materiais e processos de produção presentes nas obras da dupla e dos demais artistas presentes. Esse infográfico dialoga com o diagrama desenvolvido por Maurício Meireles que ficava na abertura da exposição.
Dentre as diversas parcerias da Voltz Design com Marcelo e Marconi podemos destacar as que estavam presentes na exposição. Na exposição da artista Lotus Lobo no Sesc Pompeia em SP, fizemos a plataforma digital, junto com Marcelo.
Com Marconi realizamos a instalação audiovisual FUGA para a artista Ana Amélia, que aconteceu na Casa Fiat em 2018.
#ArteLiberdade | Luanda | Angola
CCBA – Centro Cultural do Brasil em Angola (Luanda / África)
DATAS: 5 a 22 de maio 2022
O Centro Cultural do Brasil em Angola (CCBA) recebe, no próximo dia 5, às 10:00, a Exposição Digital de poesia #arteliBeRdade no âmbito da realização do “Festival Língua à Solta” para assinalar o dia 05 de maio, que celebra a Língua Portuguesa. Realizado em parceria com o Camões – Centro Cultural Português, o “Festival Língua à solta” acontece entre 4 e 7 de maio e traz diversas atividades relacionadas com a diversidade e multicentralidade da Língua Portuguesa no mundo.
A exposição digital de poesia #arteliBeRdade tematiza os sentidos da relação entre arte e liberdade através de poemas, vídeos, fotografias, desenhos, pinturas, performances, etc., em formato de projeção digital. O objetivo da exposição é oferecer ao público a oportunidade de apreciação estética e ao mesmo tempo a reflexão crítica sobre o valor humanístico da liberdade, através de obras de 40 artistas brasileiros e 3 gregos, os quais abordam a temática proposta sob diferentes prismas. A riqueza da poesia em língua portuguesa falada no Brasil é conjugada com belas imagens, que remetem a um universo exótico e diverso. Imagens de cenas urbanas, de quilombos (comunidades formadas por ex-escravos africanos), de paisagens naturais, animais e abstrações criam um imaginário rico, onde a ideia de liberdade se revela em sua pluralidade.
A exposição foi curada por Celina Lage, Emília Mendes, Cláudio Santos Rodrigues e Marcelo Dolabela (in memoriam). Os artistas participantes são Adriana Versiani dos Anjos, Álvaro Andrade Garcia, Ana Marthinica, André Russo Valério, Bruna Kalil, Caio Saldanha, Carlos Barroso, Celina Lage, Clara Albinati, Clarice Steinmüller, Cláudio Jimmy, Cláudio Santos Rodrigues, Claudio Vieira Rocha, Daniel Carneiro, Daniela Goulart, Duda Las Casas, Elisa Campos, Emília Mendes, Fernando Badharó, Gabriela Gomes, Giannis Misouridis, Hortência Abreu, Hope Gigantopolis, João Castilho, João Gilberto Lara, Júnia Penna, Marcelo Dolabela, Marcos Chateaubriand, Mário Alex, Mônica Aquino, Oscar Araripe, Pedro Sako, Priscila Heeren, Renato Negrão, Ricardo Aleixo, Ricardo Burgarelli, Ricardo Macedo, Rogério Barbosa, Samuel Eller, Sônia Labouriau, Teodoro Assunção, Thanos Kois e Vera Casa Nova.
Instituições Parceiras – Programa de Pós-graduação em Artes (Escola Guignard/Escola de Música) e Escola de Design da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), Laboratório de Edição da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Voltz Design | Polo Audiovisual da Zona da Mata.
Veja o vídeo completo: https://vimeo.com/216994244
2022 > Seguimos Conectados
Categoria: Animação, Aplicativo, Artigo Acadêmico, Audiovisual, Editorial, Evento, Experimental, Exposição, Fashion, Festival, Filme, Gastronomia, Identidade Visual, Instalação, Internet, Moda, Museus, Palestra, Performance, Planejamento Estratégico, Plataforma, Presença Digital, Sinalização, Tipografia, Video, Voltz, Website, campanha em 03/01/2022plataforma digital Lotus Lobo – SESC Pompeia
De natureza interativa, toma como referência central as maculaturas, chapas de acertos de impressão apropriadas pela artista em 1970, dentro da fábrica da Estamparia Juiz de Fora, MG.
Lotus Lobo nasceu em Belo Horizonte em 1943. Vive e trabalha na capital mineira, onde graduou-se na Escola Guingnard, da UEMG, em Artes Plásticas. Na França, estudou na École Superieure des Art et Industries Graphiques Estienne e na École D’Arts Plastiques et Sciences D’Art de L’Université de Paris. Foi professora de litografia na UEMG e na UFMG em intervalos entre 1966 a 1993.
Estas tantas experiências artísticas, inauguradas nos anos 1960, foram seminais na construção discursiva de Lotus Lobo e ainda reverberam na sua produção contemporânea. Na carreira da artista, convém destacar a sua participação na “X Bienal de São Paulo” (1969), quando recebeu o Prêmio Itamaraty ao exibir três objetos-gravuras (lito-objetos) manipuláveis pelo público. Nota-se, ainda, sua participação na emblemática manifestação “Do corpo a terra” (1970), organizada pelo crítico de arte Frederico Morais e realizada no Parque Municipal de Belo Horizonte, onde Lotus propôs a intervenção “Plantação”.
Entrou em contato, a partir de 1969, com a produção de embalagens em folha de flandres da Estamparia Juiz de Fora (MG), onde coletou matrizes das primeiras décadas do século XX, e, a partir daí, por meio da apropriação e manipulação de imagens, produziu obras que desvelam o caráter criativo dos ambientes fabris, convidando o público a também experimentar novas possibilidades de leitura.
A reunião e o deslocamento desses objetos são formas de dar visibilidade a sua composição, evidenciando autorias, especificidades regionais e temporalidades. É justamente a partir de uma proposta de interrupção e inversão do ciclo de vida habitual de tais itens que se constitui o trabalho artístico e de pesquisa de Lotus Lobo.
Monte seu postal em >> https://lotuslobo.sescsp.org.br/
Acesse o Catálogo Virtual >> ISSU
ALESSANDRA MARIA SOARES E CLÁUDIO SANTOS RODRIGUES
31 fumec forma moda
Categoria: Audiovisual, Editorial, Evento, Fashion, Identidade Visual, Internet, Moda, Video em 21/12/2021Indie 2021 – Edição Híbrida
A realização do INDIE 2021 poderia ser apenas a celebração dos 20 anos do festival, mas é o retorno, após 21 meses do início da pandemia, às salas de cinema, ao único cinema comercial de rua de uma cidade, aquela cidade, onde surgiu um festival, em 2001.
O INDIE 2021 foi exclusivamente pensado para Belo Horizonte, para as pessoas que amam cinema, que não sabem como voltar a frequentá-lo em tempos pandêmicos, que se acostumaram com as plataformas de streaming e fizeram sua parte, ficaram em casa. Foram 17 meses com todos os cinemas da cidade fechados, agora com grande parte da população completamente vacinada, queremos dar um impulso consciente: #vaiterINDIE!
Presencialmente, no Cine Belas Artes, com todas as sessões com entrada franca, foram escolhidos 27 filmes entre os filmes mais premiados do ano, e outros que ficaram inéditos na cidade entre 2020/2021 porque Belo Horizonte estava em lockdown.
Se a edição anterior foi online, em 2021 aqui no site do INDIE vai ter uma programação extra e especial. São onze curtas, de seis países. É possível também assistir um filme com recursos de acessibilidade com Libras, audiodescrição e legenda descritiva, é o longa francês Jovem mulher de Léonor Serraille.
CRÉDITOS
REALIZAÇÃO: ZETA FILMES
DIREÇÃO: Daniella Azzi, Eduardo Garretto Cerqueira, Francesca Azzi
CURADORIA GERAL: Daniella Azzi, Francesca Azzi
COMUNICAÇÃO E PRODUÇÃO
IDENTIDADE VISUAL, PEÇAS GRÁFICAS, SINALIZAÇÃO, VINHETA E WEBSITE: Voltz Design
DIREÇÃO DE CRIAÇÃO E PRODUÇÃO: Alessandra Maria Soares, Cláudio Santos
VINHETA Cláudio Santos (Direção e imagens), Leonardo Dutra (Animação e edição de som)
WEBSITE (Programação): Lucas Junqueira
ASSESSORIA DE IMPRENSA: ProCultura
TRADUÇÃO E LEGENDAGEM: Casarini Produções
CÓPIAS E ACESSIBILIDADE: ETC Filmes
museu de arte do rio – crônicas cariocas
O Museu de Arte do Rio (MAR) estreiou no dia 25 de setembro de 2021 sua maior mostra do ano. Chamada de “Crônicas Cariocas”, a exposição foi pensada para escutar e discutir o Rio de Janeiro que não está nos livros, mas que figura no imaginário coletivo daqueles que vivem e respiram a cidade em toda sua complexidade. A montagem dá vida às histórias cotidianas; relações com a vizinhança; festas; encontros dos ônibus lotados e calçadas. Por trás daquilo que é exportado ao mundo, propõe-se narrar o Rio que se embeleza e finge não ver os subúrbios, com toda sua diversidade.
A identidade visual criada pela Voltz junto ao diretor de Arte e responsável pela expografia Valdy Lopes, partiu de uma padronagem desenvolvida, tendo como referência os grafismos estampados nos passeios e calçadões. Foi usado também como inspiração recursos gráficos que vieram das embalagens de pão e saquinhos de pipoca, tão presentes em nossas vidas e nosso cotidiano.
A exposição com cerca de 110 artistas, onde podemos destacar Sônia Gomes, Lucia Laguna, Rosana Paulino, Brígida Baltar, Denilson Baniwa, Alexandre Vogler, Bispo do Rosário, Laerte e Bastardo. Nomes contemporâneos, a exemplo de Guignard, Di Cavalcanti, Lasar Segall e Mestre Didi, também compõem a coletiva. Além de Amanda Bonan, assinam a curadoria o curador-chefe do museu, Marcelo Campos, o historiador Luiz Antônio Simas e a escritora Conceição Evaristo.
Ao todo, quase 600 obras de arte — nos mais diversos suportes, como vídeos, objetos, instalações, fotografias e pinturas — vão ocupar três galerias do museu, cuja arrumação confere ares labirínticos ao local. Cada pedaço de parede revela momentos do Rio. Do orgulho negro as noites eróticas. Desse total de peças, 79 já faziam parte do acervo museológico do MAR. Visando incentivar a produção artística e fortalecer o papel social do museu, a exposição também vai contar com obras comissionadas, criadas especificamente para a mostra.
Já no início da exposição o visitante será surpreendido por uma parede revestida com saquinhos de pão silkados com letras e estampas e por um burburinho vindo do túnel que dá acesso às galerias. Trata-se do áudio de uma conversa entre Luiz Antônio Simas, Conceição Evaristo e a cantora Teresa Cristina. Ao fim da passagem, na chegada ao primeiro espaço expositivo, uma televisão exibe o vídeo do bate-papo. A ideia é brincar e fazer referência às conversas de janela entre vizinhos, que em razão da pandemia de covid-19 passaram a acontecer virtualmente.
Mais informações em www.museudeartedorio.org.br